Região - A sensação de medo que paira no ar e faz com que o Brasil lidere o ranking mundial dos países onde os habitantes se sentem mais inseguros, não é causada exclusivamente pelos moradores de grandes cidades. De acordo com relatório divulgado pela ONU (Organização das Nações Unidas) no dia 01 de outubro, 70% dos brasileiros se sentem inseguros nos locais onde vivem.
Com a crescente onda de violência nos quatro cantos do país, as cidades interioranas também sofrem com esse aumento, ainda mais em cidades fronteiriças com grandes metrópoles.
Segundo dados apresentados no 5o encontro regional do Seminário Legislativo “Segurança para todos - Propostas para uma sociedade mais segura”, realizado em Pouso Alegre em julho do ano passado, em todo o estado a taxa de crimes violentos cresce ano a ano, e as maiores vítimas de assassinato são jovens entre 18 e 29 anos do sexo masculino.
Em especial algumas cidades do sul de Minas como Pouso Alegre, Alfenas e Extrema se destacam das demais pelo elevado índice de violência, praticada principalmente contra o patrimônio. Esses municípios estão entre os 79 de Minas que apresentam índices de criminalidade considerados altos.
Graças a esses, dentre vários outros fatores, a população da região sulmineira está buscando por alternativas complementares a fim de garantir a segurança de seus bens. Exemplo disso é o aumento do uso de câmeras de monitoramento em ruas, prédios, empresas e estabelecimentos públicos.
Em Cambuí e Extrema, tanto o centro da cidade quanto suas entradas já estão sendo monitoradas 24 horas pela Polícia Militar, o que já refletiu na queda considerável do índice de criminalidade. Em Extrema, a queda no índice de criminalidade chegou a 79%.
“O fato de existirem câmeras, inibe a ação de bandidos. É o que chamamos de segurança subjetiva”, explica o empresário no ramo de segurança Tiago FerreiraMartins.
Para a comerciante de Cambuí Silvane Maria Braga, a implantação de câmeras foi uma boa alternativa para garantir a segurança de seu estabelecimento. “Através da câmera eu pude identificar a autora de um assalto em minha loja e também um garoto que praticou um ato de vandalismo no toldo da fachada da loja. O uso de câmeras é ótimo”, afirma.
Braga completa ainda que se mais comerciantes da área central da cidade tivessem instalado as câmeras, seria mais eficaz o resultado obtido com o uso das mesmas.
Em uma das avenidas mais movimentadas de Cambuí, alguns comerciantes se uniram e através de uma iniciativa privada fizeram a instalação de câmeras em pontos estratégicos a fim de proteger seus estabelecimentos.
Seguindo essa tendência, as prefeituras de Extrema e Cambuí instalaram câmeras em patrimônios públicos e diversos pontos da região central da cidade. Com isso, o número de assaltos e vandalismo já diminuíram, proporcionando uma maior sensação de segurança aos moradores e aos turistas.
De acordo com o Sub-Comandante da 149ª Cia. da Polícia Militar de Cambuí, Tenente Fábio Assis Araújo Silva houve uma redução significativa nos índices de criminalidade de uma forma geral após a implantação das câmeras de monitoramento, principalmente de casos como furtos, roubos, assaltos e danos materiais a patrimônios públicos no município.
Catherine Rocha